Durante evento do PCdoB em Brasília, Lula afirmou que pretende disputar as eleições de 2026 com o objetivo de vencer e evitar o retorno da “extrema-direita”. Em discurso voltado à militância de esquerda, o petista declarou que 2026 será “sagrado” e indicou que está disposto a rever estratégias de comunicação para ampliar sua base de apoio. A fala ocorre em meio a tentativas do Governo Federal de se reaproximar de segmentos religiosos, especialmente os evangélicos, que têm demonstrado resistência às pautas progressistas defendidas por partidos da esquerda.
O líder da esquerda reconheceu que há dificuldade de diálogo com o público evangélico e atribuiu à esquerda a responsabilidade por esse distanciamento. Segundo ele, “o erro está na gente, o erro não está neles”, ao se referir à falta de conexão com os valores defendidos por esse grupo. Lula também criticou o discurso voltado à “elite financeira” e defendeu que a esquerda precisa se comunicar com o povo de forma mais direta. A declaração reforça a percepção de que o petista busca reposicionar sua imagem diante de setores conservadores da sociedade.
Ao abordar temas sensíveis, Lula se declarou contrário ao aborto e admitiu que a esquerda não soube explicar suas posições sobre segurança pública e direitos humanos. “A direita conseguiu colocar na cabeça do povo que todos nós defendemos o aborto de qualquer jeito, e o povo não defende”, afirmou. Ele também mencionou que há uma percepção de que a esquerda quer “os bandidos fora da cadeia”. As falas indicam uma tentativa de reposicionamento político com foco na disputa eleitoral de 2026, onde o petista avalia se candidatar para um quarto mandato.
