O ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), negou a existência de um acordo entre o governo e as empresas de aplicativos de entrega, destacando as dificuldades na definição de valores e procedimentos. Em uma reviravolta, suas declarações contradizem posicionamentos anteriores, evidenciando a inconsistência das negociações e intensificando a incerteza no setor.
A declaração de Marinho ocorre em um momento em que o governo de Lula (PT) busca regulamentar a modalidade de trabalho dos entregadores, visando proporcionar benefícios e direitos. No entanto, a resistência das empresas em pagar valores acima do salário mínimo cria impasses. A busca por um equilíbrio entre garantias trabalhistas e a manutenção da competitividade das empresas torna-se um problema central nesse cenário, podendo resultar na perda de empregos para os entregadores ou no fechamento de empresas, caso as medidas não sejam implementadas corretamente.
Do lado possivelmente afetado pela medida, a maior companhia de entrega de refeições do Brasil, iFood, representada por Débora Gershon, expressava em maio preocupações com as possíveis repercussões da proposta petista. A hesitação em formalizar um acordo pode impactar negativamente os negócios, levantando questionamentos sobre a viabilidade econômica do setor de entrega de aplicativos. Enquanto isso, os entregadores, conforme apontado pela pesquisa Datafolha, valorizam a atual autonomia no trabalho, mas clamam por mais direitos e benefícios, desde que essas mudanças não prejudiquem a flexibilidade que apreciam em seus horários e rotinas.