O Banco Central decidiu encerrar a operação da plataforma DREX, utilizada nas fases iniciais do projeto do Real Digital, após identificar falhas relacionadas à segurança cibernética e à privacidade dos usuários. A tecnologia Hyperledger Besu, que sustentava a infraestrutura, será desligada na próxima semana, conforme fontes ligadas ao processo. A medida representa um revés para o Governo Federal, que vinha apostando na digitalização da moeda como instrumento de controle financeiro e rastreamento de transações.
A decisão foi comunicada na terça-feira (4) durante reunião com os consórcios envolvidos nos testes do Drex. A plataforma, baseada em blockchain, vinha sendo alvo de críticas por sua vulnerabilidade e por permitir o monitoramento detalhado das movimentações dos cidadãos. A deputada federal Julia Zanatta (PL-SC), defensora da proteção ao dinheiro físico, celebrou o desligamento como uma vitória da mobilização popular contra o avanço de mecanismos de vigilância estatal. “Eles fracassaram em nos vigiar, em nos controlar”, declarou.
A Hyperledger Besu, desenvolvida em 2019, é uma tecnologia de registro distribuído que funcionava como um livro-contábil digital. Apesar de sua adoção em diversos projetos internacionais, o modelo não conseguiu atender aos requisitos de privacidade exigidos para o Real Digital. A terceira fase do Drex está prevista para começar em 2026, com nova definição tecnológica. Zanatta reforçou que a luta continua, alertando que o Governo Lula poderá apresentar outro projeto com os mesmos objetivos de controle financeiro.











