O ditador venezuelano Nicolás Maduro gerou forte controvérsia ao sugerir, em discurso no sábado (11), que as Forças Armadas brasileiras deveriam ser mobilizadas para “libertar Porto Rico” do controle dos Estados Unidos. Maduro afirmou que “a liberdade de Porto Rico está pendente” e que o objetivo seria alcançado com a participação do “Batalhão Abreu e Lima”. A declaração foi amplamente criticada por políticos e especialistas, que viram na fala mais uma afronta à soberania brasileira e uma tentativa de criar tensão internacional para desviar o foco da crise enfrentada por seu regime.
O discurso ocorre em um cenário de contínua deterioração democrática na Venezuela, onde o regime chavista enfrenta denúncias internacionais de violações de direitos humanos e manipulação eleitoral. As eleições presidenciais mais recentes foram amplamente denunciadas como fraudulentas, com opositores e governos estrangeiros acusando Maduro de consolidar seu poder à custa da vontade popular. O líder venezuelano tem usado retóricas agressivas para desviar a atenção de sua administração autoritária, buscando aparentar força enquanto enfrenta crescente isolamento diplomático.
A fala de Maduro acontece pouco tempo depois das eleições realizadas em novembro de 2024 em Porto Rico, que trouxeram avanços para o movimento pró-independência. Pela primeira vez em décadas, uma coalizão de forças progressistas e nacionalistas, liderada por Juan Dalmau Ramírez, desafiou a hegemonia dos partidos tradicionais, como o Novo Partido Progressista (NPP), que defende a anexação da ilha aos Estados Unidos e perdeu terreno em meio à insatisfação popular. Enquanto a governadora Jenniffer González, aliada de Donald Trump, sofreu um revés político, grupos pró-independência celebraram uma vitória histórica.