A apresentadora Martine Croxall foi considerada culpada pela BBC por violar as “regras de imparcialidade” da emissora. O motivo foi a substituição da expressão “pessoas grávidas” pelo termo “mulheres” durante uma transmissão ao vivo em junho, conforme confirmou a Unidade Executiva de Reclamações nesta quinta-feira (6). O caso gerou 20 queixas formais e provocou uma forte onda de revolta nas redes sociais e na imprensa britânica.
Segundo o parecer da BBC, o problema não se limitou apenas à troca do termo. A emissora considerou que a expressão facial de Croxall ao fazer a correção foi interpretada como “desgosto, ridículo, desprezo ou irritação”. A BBC concluiu que tal conduta “deu a forte impressão de uma opinião pessoal sobre tema controverso” e que “ficou abaixo das expectativas de imparcialidade exigidas dos jornalistas e âncoras da BBC”. A emissora reiterou que seus profissionais devem manter a “máxima neutralidade” em transmissões ao vivo.
Vale lembrar que a emissora tem enfrentado várias outras questões relacionadas a apresentadoras e mulheres ao longo dos anos, incluindo:
Processos por discriminação: Quatro jornalistas experientes processaram a BBC em maio de 2024 por discriminação por idade e gênero após serem afastadas de seus cargos durante uma reorganização.
Diferença salarial: Várias apresentadoras famosas já assinaram petições e denunciaram publicamente a discriminação salarial entre homens e mulheres na corporação.
Casos de assédio: Um proeminente apresentador masculino, Huw Edwards, foi suspenso em 2023 em meio a acusações de pagar por fotos explícitas de um menor de idade.
A decisão da BBC em relação à Martine Croxall gerou intensa reação. Nas redes sociais, muitos usuários e comentaristas políticos classificaram a medida como “insana” e “vergonhosa”. Personalidades como a escritora J.K. Rowling elogiou Croxall, chamando-a de “minha nova apresentadora favorita”. Por outro lado, grupos ativistas da pauta transgênero defenderam a decisão como necessária para manter a neutralidade editorial. Croxall já havia sido suspensa em 2022 por demonstrar entusiasmo ao noticiar a renúncia de Boris Johnson. A BBC informou que o caso foi tratado internamente com a apresentadora, mas não houve anúncio público sobre suspensão ou demissão.











