O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) decidiu, por unanimidade, reverter a inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que havia sido condenado em primeira instância por abuso de poder político nas eleições de 2024. Embora a corte tenha reconhecido infrações à legislação eleitoral, os desembargadores consideraram desproporcional a punição anterior que impedia o governador de disputar cargos públicos por oito anos. Com a decisão, Caiado mantém seu nome disponível para a disputa presidencial de 2026 e segue cumprindo agenda política nos estados.
A ação contra o governador foi movida por Fred Rodrigues (PL), que disputou a prefeitura de Goiânia. A acusação girou em torno de eventos realizados no Palácio das Esmeraldas em apoio ao prefeito eleito Sandro Mabel (União Brasil), aliado de Caiado. O relator do caso, desembargador José Mendonça Carvalho Neto, entendeu que, apesar de terem ocorrido condutas vedadas, como o uso de servidores públicos, “não se revestiram de gravidade suficiente para comprometer a normalidade e/ou a legitimidade das eleições”, como destacou também o procurador regional eleitoral Marcello Wolff.
Apesar da reversão da inelegibilidade, a corte manteve a aplicação de multas aos envolvidos: R$ 60 mil para Caiado, R$ 40 mil para Mabel e R$ 5,3 mil para Cláudia Lira (Avante), vice-prefeita eleita. A decisão pode ainda ser questionada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Paralelamente, Caiado intensifica sua pré-campanha à Presidência, após ser homenageado na Bahia com apoio de figuras como Sérgio Moro e ACM Neto. Mesmo diante de divisões internas no União Brasil, o governador reforçou sua disposição em disputar as prévias e declarou: “O partido está aberto a todos que quiserem disputar”.