A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) registrou uma forte queda no volume financeiro médio diário em junho de 2024, com uma redução de 21,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O volume caiu de R$ 30,5 bilhões para R$ 23,9 bilhões, segundo dados divulgados na quinta-feira (11). Esta queda é atribuída principalmente à redução no mercado à vista de ações, que registrou R$ 23 bilhões em junho deste ano, em comparação a R$ 29,5 bilhões no ano passado, uma diminuição de 21,9%. Além disso, o mercado de opções também sofreu uma queda de 9,6%, com o volume diário caindo de R$ 760 milhões para R$ 687 milhões.
Este cenário de declínio reflete uma série de fatores que afetam diretamente a confiança e o comportamento dos investidores. O número de empresas listadas na B3 diminuiu de 444 em junho de 2023 para 439 atualmente, evidenciando uma queda de 1,1%. A B3 não registra estreias de novas empresas há quase três anos, sendo o último IPO realizado pelo Nubank em dezembro de 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro, que ofereceu confiança ao investidor. O valor de mercado das companhias listadas também caiu 2,9% em comparação a junho de 2023, passando de R$ 4,390 trilhões para R$ 4,265 trilhões. Houve também uma redução no número de contas ativas e de investidores individuais, ambos com quedas importantes.
A saída de capital estrangeiro tem sido um dos fatores críticos para esta queda. No primeiro semestre de 2024, a retirada de recursos estrangeiros da B3 foi a mais intensa desde a pandemia de 2020. Em 9 de julho, investidores estrangeiros retiraram R$ 31,5 milhões, contribuindo para um saldo negativo anual de R$ 37,41 bilhões. Investidores institucionais e individuais também retiraram recursos, o que agrava o cenário, demonstrando uma fragilidade crescente na B3 e impactando negativamente a economia e a confiança dos investidores no mercado brasileiro.