O anúncio de Patricia Bullrich, uma figura proeminente na coalizão de centro-direita Juntos por el Cambio, apoiando Javier Milei no segundo turno das eleições presidenciais, mexeu no cenário político argentino. O que parecia ser um gesto de unidade na oposição gerou divisões tanto no Juntos por el Cambio quanto no La Libertad Avanza, o partido liderado por Milei.
O candidato presidencial do La Libertad Avanza decidiu intervir e convocou uma reunião com os deputados e senadores eleitos de seu partido para lidar com as crescentes tensões internas. O objetivo da reunião era acalmar os ânimos daqueles membros de seu partido que não compartilharam a postura de aproximação com o setor liderado pelo ex-presidente Mauricio Macri. No entanto, a estratégia parece ter falhado.
“Ontem tive um encontro com Milei, tivemos uma conversa sobre suas declarações anteriores e nos perdoamos mutuamente, porque hoje a pátria precisa que sejamos capazes de nos perdoar. O futuro está em jogo”, disse Bullrich ao confirmar seu apoio a Milei no segundo turno das eleições, onde ele enfrentará Sergio Massa, líder da União pela Pátria. Esta declaração de apoio não apenas gerou divisões no Juntos por el Cambio, mas também causou descontentamento dentro do La Libertad Avanza.
A reunião ocorreu no Hotel Libertador e contou com a presença de destacados membros do La Libertad Avanza, incluindo Lilia Lemoine, Ricardo Bussi e Juliana Santillán. No entanto, a tensão ficou evidente quando vários legisladores ameaçaram deixar o partido, entre eles César Treffinger, Francisco Paoltroni, Pablo Ansaloni, Lorena Villaverde, Nadia Marquez e Bartolomé Abdala.
Em meio as tensões, membros da coalizão de Juntos por el Cambio, a Unión Civil Radical, resolveram declarar neutralidade e não apoiar nenhum candidato do segundo turno. “A UCR, não apoiara nenhum dos candidatos. Nenhum dos candidatos garante um futuro de progresso na Argentina”, disseram no seu comunicado. Um dos seus maiores representantes, Gerardo Morales, afirmou que a decisão da Bullrich foi uma grande irresponsabilidade: “ela não é ninguém para falar em nome dos mais de seis milhões de votantes que tivemos”.