O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou uma proposta de paz para encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia que inclui a renúncia da Ucrânia à Crimeia e à sua adesão à OTAN. A iniciativa, que rompe com a política anterior de apoio irrestrito à integridade territorial ucraniana, visa estabelecer um cessar-fogo de 30 dias e abrir caminho para negociações diretas entre Washington e Moscou. A proposta foi discutida com o presidente russo Vladimir Putin e inclui também a retirada de tropas ucranianas das regiões ocupadas e a limitação da capacidade militar de Kiev.
A postura de Trump reflete uma mudança estratégica que prioriza a estabilidade regional e a contenção de gastos militares, alinhando-se à visão de que a Ucrânia deve adotar uma posição neutra. O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que “não é realista” esperar que Kiev recupere as fronteiras anteriores à anexação da Crimeia em 2014. Além disso, o ingresso da Ucrânia na OTAN foi descartado como parte de qualquer acordo, o que representa um recuo em relação à promessa feita por aliados ocidentais em 2023 de que a adesão ucraniana seria “irreversível”.
Enquanto Trump pressiona por uma solução negociada, líderes europeus demonstram apoio ao presidente ucraniano Volodimir Zelenski, que enfrenta crescente pressão interna e externa para aceitar concessões. A proposta americana inclui ainda a desmobilização das forças ucranianas e o fim do fornecimento de armas por países aliados. Embora a Ucrânia rejeite oficialmente a cessão de territórios, fontes próximas ao governo admitem que a manutenção da guerra sem apoio militar robusto pode forçar Kiev a aceitar um congelamento da situação atual.