A construtora brasileira envolvida no maior escândalo de corrupção da história recente da América Latina retomou oficialmente o nome Odebrecht nesta sexta-feira (2), após anos utilizando a sigla OEC. A mudança marca o fim de uma fase de reestruturação da empresa, que emergiu de um processo de recuperação judicial em 2024 com uma drástica redução de sua dívida – de US$ 4,6 bilhões para US$ 150 milhões. Apesar do histórico de propinas e fraudes revelado pela Operação Lava Jato, a empresa agora volta ao mercado com uma nova marca e sob o nome Odebrecht Engenharia & Construção.
O retorno da marca acontece mesmo diante da forte lembrança dos crimes cometidos por executivos da empreiteira em parceria com políticos e estatais, notadamente a Petrobras. “É o mais bem organizado caso de corrupção já desvendado na história do capitalismo”, afirmou Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil, segundo a revista Exame. Segundo relatório recente da entidade, a Odebrecht distribuiu cerca de US$ 788 milhões em propinas em 12 países ao longo de mais de uma década. A investigação da Polícia Federal brasileira levou a cadeia parte da cúpula da empresa e de figuras políticas ligadas aos governos petistas.
Hoje, a companhia afirma ser a maior do setor de obras pesadas no país, com mais de 30 contratos ativos e presença em quatro países, incluindo o Brasil. Entre as obras em andamento estão o Rodoanel Norte, em São Paulo, sob gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos), e trechos rodoviários no Paraná e Rio Grande do Sul. A Novonor, holding que controla a construtora, segue com o mesmo nome, enquanto a Odebrecht tenta recuperar sua imagem no mercado sem que as marcas da corrupção sejam esquecidas pela sociedade.
