Empresários brasileiros se preparam para os impactos da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais. A medida, determinada pelo presidente Donald Trump, entra em vigor no dia 1º de agosto e afeta setores estratégicos da economia, como petróleo, siderurgia, carnes e aviação. A justificativa oficial americana cita desequilíbrios comerciais e motivações políticas, relacionadas à aproximação do governo Lula com países do BRICS e às ações da Justiça brasileira em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entidades como a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) reagiram com preocupação. Em nota, a CNI defendeu que “os impactos dessas tarifas podem ser graves para a nossa indústria”, e pediu o fortalecimento do diálogo bilateral. Já a FPA alertou para os efeitos no agronegócio e nas exportações brasileiras, defendendo “cautela, diplomacia afiada e presença ativa do Brasil na mesa de negociações”. O setor de carnes, representado pela Abiec, teme que a medida inviabilize o acesso ao mercado americano.
Especialistas e representantes do comércio exterior também condenaram a tarifa, apontando riscos à imagem do Brasil. “É certamente uma das maiores taxações a que um país já foi submetido na história do comércio internacional”, afirmou José Augusto de Castro, da AEB à Agência Brasil. A entidade alertou para o risco de que o Brasil seja visto como parceiro instável por outros importadores. A tarifa americana, além de ampliar custos, ameaça a posição do Brasil em cadeias globais de valor e escancara as consequências de um alinhamento diplomático fragilizado com Washington.












