O bilionário Steve Witkoff, enviado especial dos Estados Unidos, chegou nesta quarta-feira (6) ao Kremlin para uma reunião com o ditador da Rússia, Vladimir Putin, em uma tentativa de buscar um acordo que encerre a guerra na Ucrânia. A visita ocorre sob forte pressão de Donald Trump, que estabeleceu um prazo até sexta-feira (8) para que Moscou aceite os termos de um cessar-fogo, sob pena de novas sanções econômicas. Segundo a mídia estatal russa, Witkoff foi recebido pelo chefe do fundo soberano da Rússia, Kirill Dmitriev, com quem manteve conversas nos arredores do palácio presidencial.
A missão de Witkoff foi descrita por analistas internacionais como um “último esforço” para salvar a imagem de ambos os lados sem compromissos reais. “A Rússia insistirá que está preparada para um cessar-fogo, mas (apenas) sob as condições que já formulou nos últimos dois ou três anos”, afirmou o austríaco Gerhard Mangott, membro de um grupo que já se reuniu com Putin em diversas ocasiões. Internamente, o Kremlin mantém ceticismo sobre o impacto de sanções adicionais, após mais de três anos de restrições impostas por países ocidentais.
Mesmo admitindo a possibilidade de uma reunião direta entre Putin e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, Moscou condiciona esse encontro ao cumprimento de exigências já conhecidas. Entre elas, o reconhecimento da posse russa sobre regiões ocupadas na Ucrânia, a neutralidade militar de Kiev e o veto à entrada do país na Otan. Witkoff, que já declarou considerar “absurdo” o temor de que Moscou pretenda invadir outros países europeus, foi encarregado por Trump de negociar simultaneamente os conflitos da Ucrânia, Gaza e Irã, apesar de não ter experiência diplomática prévia.