Após decisão judicial, a Prefeitura de São Paulo assumiu a operação das empresas de ônibus Transwolff e UPBus, ambas alvos de investigação do Ministério Público por suspeita de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O prefeito Ricardo Nunes (MDB) nomeou interventores para garantir a continuidade dos serviços, afirmando que “Nenhuma linha será paralisada”.
Segundo informações do Ministério Público, durante quase cinco anos de investigação, foram reunidos indícios de que essas empresas eram utilizadas pelo PCC para lavar dinheiro do tráfico de drogas e outros crimes. Os dirigentes das empresas investigadas foram alvo de medidas cautelares pela Justiça, incluindo o bloqueio de bens no valor máximo de quase R$ 600 milhões e restrições como afastamento dos cargos e proibição de frequência na empresa.
A intervenção da Prefeitura nas empresas não só visa garantir a continuidade do transporte público, mas também aponta para problemas estruturais persistentes no setor, enquanto a investigação do Ministério Público revela uma longa história de problemas da área, remontando aos anos 1990, quando o crime organizado começou a se infiltrar no sistema de ônibus da capital paulista, com práticas como a criação de novas empresas para manipular o controle das cooperativas e envolvimento direto de dirigentes com a cúpula do PCC.