O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, defendeu o Hamas em um discurso no Parlamento de Ancara, afirmando que o grupo não é uma organização terrorista, mas sim um “grupo de lutadores pela libertação”. Essas declarações ocorreram após os recentes ataques lançados pelo Hamas contra Israel no início de outubro, que resultaram na morte de mais de 1.400 pessoas.
Erdogan também pediu um cessar-fogo imediato entre as forças israelenses e o Hamas, e anunciou também que a Turquia usará todos os meios disponíveis, tanto políticos quanto diplomáticos, para encerrar a crise.
“Todo o Ocidente considera o Hamas uma organização terrorista. Daqui digo: Israel, você pode ser um; o Ocidente tem muitas dívidas com você. Mas a Turquia não tem dívidas com você. O Hamas não é uma organização terrorista; é um grupo de lutadores pela libertação, que luta para proteger sua terra e seus cidadãos”, afirmou Erdogan.
O presidente turco também criticou Israel por seu comportamento na Faixa de Gaza, afirmando que o país não se comporta como um Estado e que deveria ser tratado como uma organização se continuar com “métodos vergonhosos” na região.
“Acreditamos que uma guerra deve ter ética e que ambas as partes devem respeitá-la. Infelizmente, esse princípio é gravemente violado em Israel e em Gaza”, disse Erdogan, condenando os “assassinatos de civis em território israelense” e “o massacre cego de inocentes em uma Gaza sujeita a bombardeios constantes”.
O ministro de Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, também se manifestou, classificando a campanha de Israel em Gaza como um “crime contra a humanidade”. Alegou que atacar os palestinos, incluindo crianças, pacientes e idosos, até em escolas, hospitais e mesquitas, representa um crime dessa magnitude.
O governo de Israel respondeu rapidamente às afirmações de Erdogan e de Fidan, através do seu chanceler, Eli Cohen, que disse que “a tentativa do presidente turco de defender uma organização terrorista e suas intenções provocativas não mudarão os horrores que o mundo inteiro testemunhou”.
Essas declarações de Erdogan e seu governo refletem a posição da Turquia em relação ao conflito no Oriente Médio e seu apoio ao Hamas, uma posição que contrasta com a de muitos países, especialmente com a da União Europeia (que pede apoio a Israel e ajuda humanitária aos palestinos), de quem busca aprovação para seu ingresso na organização.