Lula da Silva (PT) solicitou autorização à Justiça da Argentina para visitar a ex-presidente socialista Cristina Kirchner, atualmente em prisão domiciliar após condenação por corrupção. Kirchner teve sua sentença de seis anos de prisão confirmada pela Suprema Corte argentina no início de junho por desvio de dinheiro público. A visita de Lula, que poderá ocorrerá em paralelo à cúpula do Mercosul em Buenos Aires nesta semana, ainda depende de resposta oficial das autoridades judiciais argentinas.
Apesar de o encontro não constar na agenda oficial divulgada pelo Itamaraty, a interlocução entre os dois líderes já ocorreu por telefone. Na conversa, Lula declarou que Cristina está “serena” e “determinada” diante do cenário judicial. O Partido dos Trabalhadores afirma que ela é vítima de “perseguição político-judicial” e tem demonstrado apoio público, inclusive enviando o deputado Paulo Pimenta (RS) a uma manifestação diante da residência da ex-presidente em Buenos Aires.
Cristina Kirchner foi condenada por beneficiar o empresário Lázaro Báez com 51 contratos públicos para obras rodoviárias na Patagônia, boa parte das quais jamais concluídas. O prejuízo aos cofres públicos foi estimado em US$ 1 bilhão. O caso tem semelhanças com episódios enfrentados por Lula, que também chegou a cumprir pena por corrupção no Brasil, embora tenha tido suas condenações anuladas por questões processuais pelo STF em 2021.
