O Senado deve votar até meados de novembro o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. A proposta, já aprovada pela Câmara dos Deputados em 1º de outubro, também estabelece alíquotas mínimas para rendimentos superiores a R$ 50.000. A medida é tratada como prioridade pelo Governo Federal, que busca consolidar apoio popular com ações de apelo eleitoral. Caso aprovada, a nova regra entraria em vigor em 2026, ano da próxima disputa presidencial.
O texto tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e depende da realização de audiências públicas até sexta-feira (24). Uma delas já ocorreu com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que foi questionado sobre os impactos fiscais da proposta. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que o projeto deve ser concluído em até 30 dias, sem necessidade de retorno à Câmara. Apesar disso, admitiu que ainda não há um calendário definido para a tramitação.
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), reforçou que o cronograma está mantido, embora o ponto facultativo do Dia do Servidor Público, em 28 de outubro, possa afetar sessões deliberativas. A ampliação da isenção do IR foi uma das promessas de campanha de Lula e, se concretizada, pode representar mais um trunfo político do petista na corrida eleitoral de 2026. O governo Lula trabalha para que a proposta seja aprovada ainda este ano, mirando dividendos eleitorais com a medida.