O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ressaltou sua experiência como ex-consultor econômico ao rejeitar as críticas recentes do mercado financeiro sobre o pacote fiscal do governo. Durante o evento “O Brasil em 10 anos”, Haddad declarou que as medidas anunciadas foram elaboradas com rigor técnico e que as avaliações negativas não refletem a realidade das ações planejadas. “Eu entendo, eu já fui consultor econômico. Mas tem que olhar para as medidas que estão sendo tomadas”, afirmou o ministro, reforçando a legitimidade de sua atuação na pasta.
Entre os pontos mais debatidos está o corte de R$ 70 bilhões em gastos públicos, associado à proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, prevista para 2026. Haddad explicou que a isenção será compensada pela maior tributação sobre rendas acima de R$ 50 mil mensais, mas enfrentou desconfiança do mercado, que considera as projeções excessivamente otimistas. Apesar disso, o ministro rejeitou qualquer insinuação de populismo e afirmou que as iniciativas têm foco no equilíbrio fiscal e na justiça social.
Haddad também destacou o esforço da equipe econômica para dialogar com agentes do mercado e buscar apoio no Congresso Nacional para aprovar o pacote fiscal ainda em 2024. Ele demonstrou otimismo com a aprovação das medidas e reforçou que o impacto inicial nos mercados financeiros, como a alta do dólar e dos juros futuros, não deve desviar a atenção dos objetivos centrais do pacote. “Os meus secretários estão explicando as medidas. Agora é o momento de garantir a credibilidade”, afirmou o ministro.