O Ministério das Relações Exteriores do Brasil condenou a declaração de lei marcial na Coreia do Sul, decretada e revogada em poucas horas pelo presidente Yoon Suk-yeol. Em nota oficial, o Itamaraty ressaltou a necessidade de uma resolução pacífica e pautada no respeito aos direitos humanos, às instituições democráticas e ao Estado de Direito. “Acompanhamos atentamente os desdobramentos e reafirmamos a confiança no diálogo como caminho para a normalização institucional”, afirmou o governo brasileiro.
A decisão de Yoon Suk-yeol foi justificada como resposta à suposta ameaça de grupos pró-Coreia do Norte, mas gerou forte oposição interna. A medida, que suspendeu direitos civis e restringiu a atuação da imprensa, provocou confrontos entre manifestantes e militares no Parlamento, cuja totalidade votou contra a lei marcial. Poucas horas após a votação, o decreto foi revogado, mas a crise política se aprofundou, com pedidos de impeachment e renúncia do presidente.
A crise sul-coreana ocorre em um contexto de crescente polarização política no país e é a primeira vez que a lei marcial foi decretada desde o fim da ditadura militar em 1980. O Itamaraty destacou que não há registros de incidentes envolvendo brasileiros na Coreia do Sul e reiterou o compromisso com a estabilidade regional e a preservação da ordem democrática, sinalizando preocupação com as consequências para a segurança na Península Coreana.