O governo Lula (PT) enfrenta turbulências após recuar de uma medida polêmica de fiscalização do PIX, que impactaria grande parte da população ao monitorar suas movimentações bancárias com fins tributários. A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou à Polícia Federal que investigue a disseminação de supostas informações falsas sobre a taxação da ferramenta, que gerou ampla repercussão negativa. “A desinformação trouxe prejuízos concretos ao funcionamento eficiente do Estado Democrático de Direito”, afirmou a AGU em nota oficial. A decisão busca responsabilizar os divulgadores de supostas fake news, que, de acordo com o Banco Central, provocaram a maior queda no uso do sistema desde sua implementação.
A situação ganhou maior notoriedade com um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que viralizou ao denunciar o plano do governo para monitorar pequenos comerciantes. Com mais de 312 milhões de visualizações, a postagem ampliou a pressão pública e política, levando o Planalto a revogar a instrução normativa da Receita Federal que previa o monitoramento de transações acima de R$ 5 mil reais. O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), lamentou o recuo, afirmando que “desistir dá a vitória para a oposição” e criticando a ausência de uma estratégia de comunicação eficiente por parte do governo.
Fontes próximas ao Planalto admitem que a gestão subestimou tanto a reação popular quanto a força da oposição, que utilizou o episódio para desgastar o governo. A recente troca na Secretaria de Comunicação Social, com Sidônio Palmeira assumindo o comando, não conseguiu conter o desgaste. Enquanto o governo tenta avançar em outras pautas econômicas, aliados temem que a sequência de crises comprometa os planos de reeleição em 2026, alimentando a percepção de que a administração está constantemente na defensiva.