O presidente Lula deve oficializar até esta terça-feira (21) a indicação de Jorge Messias, atual ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), para o Supremo Tribunal Federal (STF). A nomeação ocorre às vésperas da viagem de Lula à Indonésia e à Malásia, e visa preencher a vaga deixada pela aposentadoria de Luís Roberto Barroso. Messias, próximo ao núcleo político do PT, poderá permanecer na Corte por até 30 anos, considerando a idade atual e o limite de aposentadoria compulsória.
Na última semana, Lula se reuniu com ministros do STF para discutir o perfil do novo integrante da Corte. Participaram dos encontros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Gilmar Mendes. Os magistrados indicaram que o próximo nome deveria ser alguém “firme” na defesa da chamada democracia e das instituições, diante da expectativa de novos desafios envolvendo o STF nos próximos anos. Apesar disso, os ministros demonstraram preferência pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), advogado de formação e ex-presidente do Congresso Nacional.
A escolha de Jorge Messias reforçaria o alinhamento do Governo Lula com nomes ligados ao partido, em detrimento de alternativas com maior trânsito institucional, porém alinhadas ao projeto político da esquerda. Pacheco, que manteve relação próxima com ministros do STF durante sua gestão no Legislativo, era visto como opção capaz de promover equilíbrio entre os Poderes. A indicação de Messias, no entanto, consolida a estratégia do petista de ampliar sua influência na Corte, com apoio de figuras alinhadas aos interesses do petismo.