A decisão do Federal Reserve (Fed) de manter os juros norte-americanos entre 5,25% e 5,50% gerou uma crise nas bolsas de valores globais. Nesta segunda-feira (5), as bolsas na Ásia e na Oceania registraram quedas acentuadas, seguidas pela abertura em baixa dos índices europeus. Esse movimento foi impulsionado pelo temor de uma recessão nos Estados Unidos, alimentado pela queda nas ações de grandes empresas de tecnologia e pela tensão crescente no Oriente Médio.
A manutenção dos juros pelo Fed, com o objetivo de controlar a inflação, afetou a confiança do mercado. Nos Estados Unidos, dados recentes mostraram um aumento na taxa de desemprego para 4,3%, o que contribuiu para o pessimismo entre os investidores. O índice Nikkei 225, da Bolsa de Valores de Tóquio, despencou 12,40%, marcando sua maior queda desde 1987. O dólar também registrou uma alta importante, chegando a R$ 5,86, o valor mais alto desde maio de 2020.
Além das preocupações econômicas, as tensões no Oriente Médio intensificaram a incerteza. Na semana passada, Israel realizou um ataque em Teerã que resultou na morte do líder político do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, o que levou o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, a prometer vingança. Este cenário volátil pode impactar ainda mais o mercado financeiro, especialmente o preço do petróleo, dado que quase um terço da commodity global passa pelo estreito de Ormuz, uma rota crucial situada entre o Irã e a península arábica.