Um relatório do think tank IMPACT, que monitora currículos educativos em países do Oriente Médio e Norte da África, revelou mudanças significativas nos livros didáticos de Estudos Sociais e Nacionais da Arábia Saudita para 2023–2024. Mapas na nova edição omitem o nome Palestina, ao contrário das edições anteriores que cobriam o território de Israel com esse nome. O material didático deixou de ensinar que o sionismo é um movimento racista e reconhece a histórica presença judaica na região. Embora as referências a Israel como “Estado inimigo” tenham sido removidas, ainda há menções à “ocupação israelense” e a Arábia Saudita continua a expressar seu compromisso com a causa Palestina.
Informações de um relatório do Observatório dos Direitos Humanos, uma organização internacional não-governamental que defende e realiza pesquisas sobre os direitos humanos apontou que livros didáticos estão sendo usados para doutrinar crianças a serem hostis aos cristãos. Na lista de religiões atingidas pelo conteúdo nocivo dos livros estão inclusos os cristãos e também os judeus. Para exemplificar, um livro didático do quinto ano declara que “é dever de todo muçulmano excomungar os ‘kifars’ ”, que significa descrentes.
A Arábia Saudita tem sido pressionada para reformular o conteúdo do currículo escolar desde os ataques de 11 de setembro de 2001.
Segundo Nimrod Goren, do Instituto Israelense de Política Externa Regional, essas mudanças indicam uma possível aproximação gradual entre Arábia Saudita e Israel, semelhante ao processo observado nos Emirados Árabes Unidos e Bahrein antes dos Acordos de Abraão. O currículo escolar saudita também eliminou conteúdos antissemitas e promovendo a jihad violenta, mostrando um esforço para fomentar a tolerância religiosa.
Apesar dessas mudanças, a Arábia Saudita mantém uma postura crítica em relação às ações de Israel na Palestina, condenando o que chamou de “massacres genocidas” após um ataque em Rafah que resultou na morte de dezenas de civis.