Agricultores na França se preparam para intensificar seus protestos contra a agenda verde do governo de Macron com um bloqueio planejado para Paris, após rejeitarem as “ofertas” do governo.
Depois de uma semana de interrupções nas estradas por todo o país, os agricultores estão prontos para levar sua revolta à capital francesa, frustrados com as propostas do recém-nomeado Primeiro-Ministro Gabriel Attall.
Apelidado de “cerco a Paris”, os agricultores planejam fechar várias entradas cruciais da cidade e ameaçam bloquear o Mercado de Rungis, o segundo maior mercado atacadista de alimentos do mundo, em uma tentativa de chamar a atenção para suas demandas não atendidas.
“A ideia é paralisar o abastecimento da capital, mostrar aos parisienses que precisam dos agricultores para sobreviver. A mensagem é clara: não vamos recuar”, disse Maxime Buizard, líder do Sindicato dos Jovens Agricultores, em uma entrevista ao Le Figaro.
Em resposta, o Ministério do Interior anunciou planos de reforçar a segurança em torno de Paris para evitar distúrbios.
Os agricultores rejeitaram as propostas de Attall, que incluíam isenções fiscais para o diesel agrícola e novos subsídios, argumentando que as regulamentações ambientais e os acordos de livre comércio estão sufocando a indústria agrícola francesa.
A falta de compromisso do governo aumentou a pressão sobre o presidente Emmanuel Macron, com líderes da oposição exigindo mudanças significativas na política agrícola.
“Macron e sua equipe são responsáveis por esta crise. Eles precisam agir agora para proteger nossos agricultores e nossa soberania alimentar”, disse Éric Ciotti, líder do partido Les Republicains.
O impasse reflete as tensões crescentes em toda a Europa, com os agricultores lutando para competir em um mercado cada vez mais globalizado e regulamentado. A questão também se tornou uma questão política, com partidos de oposição aproveitando a insatisfação rural para criticar o governo.
À medida que a crise se intensifica, os agricultores prometem manter sua luta até que suas demandas sejam atendidas, preparando-se para uma batalha política e econômica com o governo Macron.