Os principais sindicatos agrícolas da Espanha anunciaram sua participação em mobilizações a nível continental contra o que chamaram de “burocracia asfixiante” e “condições difíceis” impostas pela União Europeia (UE) ao setor agrícola.
Asaja (Asociación Agraria Jóvenes Agricultores), COAG (Coordinadora de Organizaciones de Agricultores y Ganaderos) e UPA (Unión de Pequeños Agricultores y Ganaderos), três dos sindicatos mais influentes do país, juntam-se aos seus homólogos de outros países em uma mostra de oposição pelas regulamentações e políticas comunitárias que afetam os agricultores.
Além disso, os fazendeiros europeus também exigem das autoridades medidas que lhes permitam lidar com a inflação e os efeitos da guerra na Ucrânia, mas também que algumas das políticas ambientais impostas nos últimos anos sejam emendadas.
Em comunicado conjunto, os sindicatos espanhóis expressaram preocupação com a importação de produtos agrícolas de países terceiros a preços mais baixos, o que exerce pressão sobre os produtos europeus e espanhóis, gerando uma competição desleal. Este tema foi o catalisador de protestos na França, onde os agricultores bloquearam os acessos a Paris com seus tratores desde segunda-feira, e também provocou manifestações na Alemanha, Polônia, Romênia e Bélgica.
A Espanha, que é um dos principais produtores de verduras e frutas na UE, enfrenta desafios adicionais devido à seca que afeta o país há três anos. Essa situação reduziu significativamente as colheitas de azeitonas e cereais, complicando ainda mais a situação para os agricultores espanhóis.
As mobilizações dos sindicatos agrários buscam pressionar as autoridades europeias a reverem as políticas agrícolas comuns e adotarem medidas que protejam os interesses dos agricultores locais frente à competição estrangeira e aos desafios climáticos. A participação dos sindicatos espanhóis nesses protestos reflete o mal-estar generalizado no setor agrícola europeu.