O ditador da Belarus, Alexandr Lukashenko, declarou que seu país estaria disposto a receber Nicolás Maduro caso o ditador venezuelano decidisse deixar Caracas e buscar refúgio na mais antiga ditadura da Europa. A afirmação foi feita em entrevista divulgada por veículos estatais bielorrussos, em meio a um cenário de pressões internacionais e sanções econômicas. Lukashenko ressaltou que “se Maduro quisesse vir, nossas portas sempre estariam abertas”, mas negou que haja qualquer negociação formal sobre um possível exílio do líder chavista.
O anúncio ocorre após consultas recentes entre Minsk e representantes da Casa Branca, incluindo o emissário John Cole, e reflete o papel da Belarus como aliado estratégico de regimes ditatoriais. Lukashenko descreveu Maduro como “um homem duro, decente e sensato”, comparando-o ao ex-presidente Hugo Chávez. Apesar disso, o ditador bielorrusso afirmou que nunca discutiu diretamente com Maduro sobre sua saída da Venezuela, indicando que as conversas sobre o futuro do país caribenho têm ocorrido mais com autoridades norte-americanas do que com o próprio líder venezuelano.
Além de negar rumores sobre um acordo de exílio, Lukashenko abordou acusações de narcotráfico contra Maduro, rejeitando a validade das denúncias feitas pelo governo dos Estados Unidos. O bielorrusso também criticou a política norte-americana de não reconhecer eleições na Venezuela e alertou para os riscos de uma intervenção militar. As declarações foram feitas no mesmo período em que Minsk decidiu dar indulto para 123 presos, incluindo opositores, em troca do alívio de sanções sobre o potássio.
