Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) têm intensificado suas discussões internas em busca de penas mais rigorosas para os indivíduos envolvidos no planejamento e financiamento dos eventos ocorridos em 8 de janeiro deste ano. Essa medida reflete a crescente preocupação da corte do país com a necessidade de responsabilizar os principais arquitetos desses eventos.
Na semana passada, a maioria dos ministros do STF votou pela condenação de dois invasores notórios do Congresso Nacional, Aécio Lúcio Costa e Matheus Lima, a penas de 17 anos de prisão. Um terceiro réu, Thiago Mathar, que “liderou” a entrada ao Palácio do Planalto, foi condenado a 14 anos de detenção.
Esses veredictos sinalizam a seriedade com que o tribunal está encarando a questão, considerando pelo menos cinco crimes em discussão: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.
Uma análise cuidadosa está sendo realizada, com foco especial naqueles que desempenharam papéis de liderança na organização dos atos, uma vez que se acredita que eles desempenharam um papel crucial na orquestração desses eventos. O ato de planejar e financiar, neste contexto, é visto como ainda mais complexo do que a própria invasão e depredação, pois os acusados teriam premeditado a extensão violenta dos acontecimentos.
Contrariando os argumentos utilizados até agora pelos invasores condenados, como a alegação de que não tinham conhecimento das implicações golpistas dos atos, os financiadores e colaboradores intelectuais são acusados de ter uma clara consciência das consequências de suas ações.
Embora a data exata da próxima fase do julgamento ainda não tenha sido marcada, há grande expectativa dentro do STF de que ela ocorra ainda neste ano, à medida que o tribunal se esforça para responsabilizar aqueles que estiveram por trás da organização e financiamento dos tumultos de 8 de janeiro.