A greve dos servidores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), do Metrô e da Sabesp na capital paulista chegou ao fim nesta terça-feira (3) às 23h59, após uma assembleia que contou com a participação dos trabalhadores. Em uma votação que refletiu a opinião da maioria dos servidores, oito em cada dez trabalhadores dos serviços paralisados optaram pelo fim da greve, totalizando 79% dos votos, enquanto 19% (587 pessoas) votaram pela manutenção da paralisação.
Os membros dos sindicatos iniciaram o movimento de greve em protesto contra os estudos que poderiam iniciar a concessão da CPTM, do Metrô e da Sabesp, que fazem parte da agenda do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Vale destacar que a concessão de linhas do Metrô e da CPTM à iniciativa privada e a privatização da Sabesp são promessas de campanha do governador, mas esses processos ainda estão em fase de estudo e devem contar futuramente com uma consulta pública à população, conforme previsto na lei.
Freitas classificou a greve como “política, ilegal e abusiva”, lamentando ainda o impacto da paralisação na população de São Paulo, afirmando que a greve tinha motivações políticas e ideológicas por trás dela, enquanto grevistas vestiam de vermelho e manifestavam em vídeos que o protesto era contra o bolsonarismo. O governador também criticou a falta de respeito à decisão da Justiça e alegou que a greve visava promover o caos e prejudicar aqueles que desejam trabalhar em prol do Estado.
SINDICATOS MULTADOS E IMPACTOS NA POPULAÇÃO
No âmbito judicial, o Tribunal do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) aumentou a multa caso os trabalhadores da CPTM mantivessem a greve, ampliando o valor para R$ 1,5 milhão, distribuído entre os três sindicatos envolvidos. A liminar exigiu a atuação de 100% do efetivo nos horários de pico, das 4h às 10h e das 16h às 21h.
A greve dos transportes públicos afetou a mobilidade na cidade de São Paulo, prejudicando principalmente os passageiros que utilizam o transporte sobre trilhos. Eles enfrentaram estações de trens e metrô fechadas e, como alternativa, tiveram que recorrer a ônibus lotados e enfrentar preços elevados nos transportes por aplicativo. O trânsito na cidade também registrou congestionamentos acima da média, atingindo um pico de 598 km de lentidão às 8h, de acordo com a CET.