Os senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES) apresentaram nesta quarta-feira (9) um pedido formal de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. A iniciativa acusa o magistrado de atuação político-partidária, ativismo judicial e conflito de interesses. Um dos pontos centrais do pedido envolve a atuação de Mendes na ADI 7580, que tratou da presidência da CBF, mesmo após a entidade firmar contrato milionário com o IDP, instituição administrada pelo filho do ministro.
O pedido também critica a presença de Gilmar Mendes em um evento político no Mato Grosso, onde participou da inauguração de um trecho da BR-163 em sua cidade natal, governada por seu irmão. Além disso, os senadores apontam como abusiva a influência do ministro na tramitação do PL 2690/2025, que trata da homologação de acordos trabalhistas via sindicatos. Para Eduardo Girão, há uma “inversão de valores” e um esforço do Supremo para assumir funções típicas do Legislativo, como no julgamento recente sobre o IOF.
Girão ainda denunciou o que chamou de “institucionalização da censura”, referindo-se às decisões do STF sobre controle de conteúdo nas redes sociais. Ele mencionou os Twitter Files Brazil, divulgados por Elon Musk em 2024, que revelaram ações do TSE e do Supremo envolvendo bloqueios de contas e remoção de postagens. “Quem vai dizer o que é fake news e o que não é?”, questionou o senador, pedindo uma PEC contra censura ao presidente do Senado. Gilmar Mendes, por sua vez, declarou que o Supremo vem sendo alvo de “ataques virulentos” e não comentou diretamente o pedido de impeachment.
