Em meio à crise no fornecimento de energia em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) apresentou uma proposta que gerou controvérsias. Em uma coletiva nesta segunda-feira (6), ele defendeu a criação de uma “taxa de melhoria” para financiar o enterramento dos fios elétricos na cidade. A sugestão, entretanto, não foi bem recebida por alguns setores da política.
O prefeito destacou que a taxa não seria obrigatória e que a decisão seria tomada coletivamente pelos moradores. Se a população optasse pelo aterramento dos fios, os moradores arcariam com uma parte dos custos, enquanto a prefeitura contribuiria com o restante.
O deputado federal Ricardo Salles (PL), pré-candidato de direita à prefeitura de São Paulo, criticou a proposta de Nunes em sua conta de rede social, caracterizando-a como improvisada e inadequada para lidar com um problema sério na maior e mais rica cidade do país. Salles declarou: “O cara não tem vergonha de trazer essa proposta improvisada a la quermesse de bairro como se fosse solução para um problema tão grave na maior, mais rica e mais populosa cidade do País? Que vergonha, isso é planejamento de vendedor de queijadinha.”
Por outro lado, o deputado Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato apoiado por Lula (PT) para a prefeitura de São Paulo, questionou a postura de Nunes, apelidando-o de “Rei do Camarote”. Ele ressaltou que o prefeito participou de eventos esportivos enquanto os consumidores enfrentavam a falta de energia.
Nunes reagiu aos comentários de Boulos com uma resposta enfática: “Melhor (ser rei do camarote) do que ser rei do terrorismo. Se (Boulos) não tem o que fazer, é melhor que ele se informe melhor.”
O prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, manifestou sua determinação em garantir o restabelecimento total da energia elétrica na cidade até o final desta terça-feira. Caso a concessionária Enel Distribuição São Paulo não cumpra essa meta, ele declarou a intenção de entrar com ações judiciais. Enquanto isso, a população de São Paulo enfrenta as consequências de um apagão que já dura quatro dias, afetando milhões de pessoas.