O candidato do Partido Democrata Cristão (PDC), Rodrigo Paz Pereira, foi eleito o novo presidente da Bolívia. Com mais de 97% das urnas apuradas, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) do país declarou a tendência como irreversível. O pleito, que marcou o ineditismo do segundo turno na história boliviana, confirmou a ascensão de Paz, que é senador e ex-prefeito de Tarija, e que sucederá seu pai, o ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989-1993). Ele nasceu na Espanha em 1967, enquanto sua família estava exilada. Paz tem formação em economia, relações internacionais e gestão política. A eleição também foi notável pela derrota histórica do Movimento ao Socialismo (MAS), de Evo Morales, que, no segundo turno, declarou ter votado em Paz por “obrigação”.
Desafios Econômicos e Apoio Americano
Em seu discurso após a vitória preliminar, Paz estendeu a mão para governar em união e agradeceu ao rival, Tuto Quiroga, por reconhecer o resultado. Um dos principais desafios do novo presidente será a crise econômica nacional. Durante sua campanha, ele defendeu a descentralização do governo e o fomento ao setor privado através do plano “Capitalismo para todos”, que propõe créditos acessíveis e facilidades tributárias para a economia formal. Paz também mencionou ter conversado com o subsecretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, reafirmando a importância da parceria com o governo de Donald Trump para a estabilidade do país, especialmente em relação à exploração de hidrocarbonetos.
Os Pilares da “Agenda 50/50” de Rodrigo Paz
O plano de governo do novo presidente, denominado Agenda 50/50, baseia-se em três pilares principais. O primeiro visa dividir o orçamento nacional, hoje concentrado em 85% no nível central, em metades iguais entre o governo central e as entidades territoriais, buscando a descentralização do Estado. O segundo pilar é o “Capitalismo para todos”, que promete a eliminação de barreiras de importação e impostos, mas com a ressalva de não buscar empréstimos de organismos internacionais como o FMI. O terceiro pilar foca na reforma da Justiça e no combate à corrupção, tema que envolveu seu candidato a vice, Edman Lara, um ex-capitão da Polícia Nacional que nega acusações em processos disciplinares.