O avanço de medidas que garantem a permanência indefinida de Nayib Bukele na presidência de El Salvador tem frustrado a esperança dos detentos no CECOT, o presídio de segurança máxima que abriga milhares de acusados de envolvimento com gangues. Com a reeleição já consolidada e o novo projeto de emenda constitucional aprovado pelo Parlamento, as expectativas de revisão de penas ou flexibilização do regime carcerário diminuem ainda mais.
A proposta aprovada pela Assembleia Legislativa, sob controle do partido governista Novas Ideias, autoriza reeleições ilimitadas, estende os mandatos presidenciais para seis anos e elimina o segundo turno nas eleições. A decisão é mais um passo no projeto de reforma que Bukele vem implementando desde sua chegada ao cargo, em 2019 para depurar o Estado da influência do crime organizado. Em 2021, o Tribunal Constitucional, com maioria de magistrados indicados pelo próprio presidente, já havia autorizado sua reeleição imediata, gerando críticas da oposição que esperava o fim do mantato de Bukele para tentar assumir o poder.
Bukele tem defendido as mudanças como parte de um processo legítimo e comparável ao de países desenvolvidos. “Quando um país pequeno e pobre como El Salvador tenta fazer o mesmo, de repente é o fim da democracia”, escreveu ele na rede X, rejeitando críticas à medida. Sua estratégia de segurança pública, que resultou em forte queda nos índices de violência, sustenta sua alta popularidade e pode garantir sua eleição por novos períodos, de acordo com a nova norma.












