Em entrevista à GloboNews, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (14) que não há ambiente político para aprovar uma anistia “ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Apesar disso, Motta defendeu a revisão das penas impostas a participantes que, segundo ele, não tiveram papel central nas invasões às sedes dos Três Poderes. A declaração expõe a fragilidade do Governo Lula (PT), que não conseguiu consolidar apoio suficiente para barrar a pressão da oposição por medidas que beneficiem os condenados.
A proposta de anistia foi impulsionada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ocuparam os plenários da Câmara e do Senado na semana passada. Embora o movimento tenha sido encerrado após negociações, a pauta continua sendo prioridade para a oposição. Motta indicou que um projeto alternativo, voltado à revisão das penas e à progressão de regime para condenados com penas elevadas, pode ter mais aceitação entre os parlamentares. “Há uma certa sensibilidade acerca dessas pessoas que poderiam numa revisão de penas poder, de certa forma, receber, quem sabe, uma progressão e ir para um regime mais suave”, afirmou.
Segundo levantamento do Supremo Tribunal Federal entregue ao G1, dos mais de 1.400 presos pelos atos de 8 de janeiro, 141 seguem encarcerados e 44 estão em prisão domiciliar. Motta também declarou que pretende retomar as discussões sobre o projeto alternativo com Lula e representantes do STF. A fala ocorre em meio à crescente insatisfação com a condução do Governo Federal, que tem sido acusado por parlamentares da direita de promover perseguição política.
