O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu incluir uma publicação recente de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no inquérito que investiga o deputado por suposta tentativa de obstrução do processo penal que envolve seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ação ocorre em meio à reta final do julgamento da acusação de tentativa de golpe de Estado contra o ex-chefe do Executivo. A postagem de Eduardo no X, com críticas ao Judiciário, foi feita durante manifestação na Avenida Paulista no fim de junho. A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi acionada para se manifestar sobre o conteúdo.
Moraes afirma que Eduardo “permanece praticando condutas” com o objetivo de interferir no caso. A investigação, prorrogada por mais 60 dias, também apura a atuação do deputado nos Estados Unidos, onde está residindo atualmente. A Polícia Federal solicitou mais tempo para concluir diligências pendentes. A decisão do ministro amplia o escopo das investigações, inicialmente abertas a pedido do procurador-geral Paulo Gonet, que atribui a Eduardo possíveis crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O vídeo compartilhado por Eduardo exibe o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) denunciando o Judiciário como ameaça à democracia brasileira. Ao divulgar o material, Eduardo escreveu: “A única maneira do Brasil se alinhar com o Ocidente é por meio de Jair Bolsonaro — por meio de sanção a Moraes”. Segundo o parlamentar, sua postura decorre de perseguição política e tentativa de cerceamento da liberdade de expressão. A decisão de Moraes de manter Eduardo no centro das apurações ocorre num momento em que cresce o apoio popular a figuras da oposição ao governo Lula (PT).









