O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um prazo de 48 horas para a defesa do presidente Jair Bolsonaro enviar esclarecimentos formais sobre sua visita à Embaixada da Hungria em Brasília, após ter seus passaportes recolhidos por ordem da Suprema Corte.
A decisão do Moraes intensifica o delicado contexto, no qual Bolsonaro é investigado no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, destacou que a corporação investigará se a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria violou alguma proibição imposta pelo STF.
“As embaixadas têm o status de território diplomático, o que significa que qualquer decisão judicial, inclusive da Suprema Corte brasileira, precisa de autorização do país que representam para ser cumprida nos limites do prédio”, explicou Rodrigues em declaração ao blog da jornalista Ana Flor, do Grupo Globo.
Por sua parte, o deputado federal e filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, questionou o vazamento do vídeo da Embaixada: “Estranho como imagens de um circuito interno de TV de uma embaixada estrangeira vazam e ninguém se pergunta como. Serviço de inteligência de algum país? Hacker a serviço de quem? Somos tão ingênuos assim?”.
Em comunicado à imprensa, os advogados de Bolsonaro afirmaram que sua visita ao prédio, entre 12 e 14 de fevereiro, teve o propósito de “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”.