O partido Fuerza Patria, ligado ao Peronismo (esquerda), venceu com ampla margem as eleições legislativas realizadas no domingo (7) na província de Buenos Aires, impondo uma derrota ao La Libertad Avanza, legenda do presidente argentino Javier Milei. Com 94% das urnas apuradas, a coalizão peronista obtinha 47% dos votos, enquanto o partido de Milei estava com 33,8%. A província concentra cerca de 40% do eleitorado nacional e responde por mais de 30% do PIB argentino, o que confere ao resultado um peso político expressivo.
A disputa envolveu a renovação de 23 cadeiras no Senado e 46 na Câmara dos Deputados provinciais, mas o impacto vai além da composição legislativa. A derrota ocorre em meio a denúncias de corrupção que envolvem Karina Milei, irmã do presidente, e à perda de instrumentos legais que sustentavam a agenda econômica do governo. A oposição, liderada pelo governador Axel Kicillof, conseguiu aprovar projetos que limitam o uso de decretos presidenciais e derrubou vetos de Milei, evidenciando o avanço institucional do Peronismo sobre o Executivo.
Apesar do revés, Milei afirmou que não recuará “nem um milímetro” em sua política de governo e prometeu acelerar as reformas propostas. A aliança com o PRO, partido do ex-presidente Mauricio Macri, não foi suficiente para conter o avanço da esquerda local. A participação eleitoral foi de 62%, e o resultado superou as projeções das pesquisas. A Casa Rosada agora enfrenta o desafio de manter a estabilidade econômica até as eleições legislativas nacionais de outubro, em meio à pressão por ajustes e à volatilidade do mercado cambial.









