O Mercosul e a União Europeia oficializaram nesta sexta-feira (6) o aguardado acordo de livre comércio, anunciado durante a cúpula do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou a importância histórica do tratado, classificando-o como a “fundação de um mercado de 700 milhões de pessoas”. A parceria prevê a eliminação de tarifas sobre até 92% das importações entre os blocos ao longo de 10 anos e promete economizar cerca de 4 bilhões de euros anuais para empresas europeias, segundo a líder europeia.
Apesar do entusiasmo europeu, o tratado enfrenta forte oposição de setores agrícolas da França, que acusam o acordo de favorecer a concorrência desleal. Emmanuel Macron, presidente francês, declarou ser inaceitável o texto atual, enfatizando os riscos para a soberania agrícola francesa. Agricultores do país protestaram nesta semana, bloqueando a Bolsa de Valores de Paris, em um esforço para pressionar a União Europeia a rever os termos. Macron, que enfrenta instabilidade política interna, busca evitar maiores confrontos com o poderoso lobby agrícola.
Ainda que o texto precise passar por diversas etapas de validação, incluindo revisões jurídicas e aprovação pelos parlamentos dos dois blocos, analistas avaliam que há considerável apoio ao acordo em setores empresariais e industriais. Para Ursula von der Leyen, o tratado é uma vitória estratégica que beneficia consumidores e empresas de ambos os lados. Contudo, a oposição de países como França, Polônia e Áustria sugere que o caminho até sua implementação definitiva, esperada somente para 2025, será marcado por disputas políticas dentro da União Europeia.