O governo de Nicolás Maduro na Venezuela levou adiante o controverso referendo sobre a região de Essequiba entre a Guiana e a Venezuela, através de uma fraude massiva que, segundo o governo socialista, foi uma grande festa eleitoral de 10 milhões de votantes.
A votação tem como objetivo medir a opinião pública sobre a resolução de uma longa disputa territorial com a vizinha Guiana sobre a região de Essequibo, e também, recuperar a legitimidade que Maduro perdeu após anos de perseguição política, violação aos direitos humanos e a crise econômica que as políticas do governo provocaram.
Diversos atores da política venezuelana e civis publicaram fotos dos centros eleitorais totalmente vazios, apesar do governo resaltar a suposta altíssima participação da população. De acordo com os números do governo (emitidos pelo órgão eleitoral que tem sido questionado mundialmente por anos e centos de provas de constantes fraudes), 96% dos venezuelanos votou favoravelmente a anexação do Essequibo.
O presidente do poder eleitoral adjunto do chavismo anunciou a vitória do “Sim” na consulta sobre a região Essequibo com um total de mais de dez milhões e meio de eleitores, embora as provas de baixa participação eleitoral mostrem o contrário.
Após os resultados serem anunciados, em um breve comunicado, Guiana pediu à ditadura cubana que entrasse no conflito como mediadora, para manter a paz na região.
A área em disputa, cobrindo 159.543 km quadrados tem sido fonte de controvérsia por mais de um século. O referendo propõe a criação de um novo estado na região de Essequibo (Guiana) e a concessão de cidadania venezuelana aos seus 125.000 habitantes.
Apesar da Guiana buscar intervenção da Corte Internacional de Justiça (CIJ) para interromper o referendo, o regime de Maduro permanece inabalável. A CIJ emitiu uma decisão vinculante instruindo a Venezuela a não alterar a situação atual no território disputado, o que o governo abertamente rejeitou.
A disputa, adormecida por anos, reacendeu quando a Guiana descobriu petróleo e gás na região. O envolvimento da ExxonMobil na extração de recursos aprofundou ainda mais as tensões.
O referendo consistiu em cinco perguntas abordando acordos históricos, jurisdições internacionais e a criação de um novo estado. A extensa campanha de propaganda do governo Maduro, incluindo anúncios contra a ExxonMobil, aumentou as tensões. Em resposta, o Brasil aumentou sua presença militar na região norte do país, enquanto os EUA anunciaram uma cooperação militar reforçada com a Guiana.
O Ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, afirmou que a disputa não é um conflito armado “por enquanto”.
A participação eleitoral, todavia, parece ter sido terrivelmente baixa embora os venezuelanos considerem Essequibo parte da Venezuela. O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela manteve abertos os centros eleitorais mais duas horas adicionais, mas testemunhas afirmaram que não era necessários pois estavam vazios.