Durante uma transmissão televisiva, o ditador venezuelano Nicolás Maduro elogiou a atuação dos tribunais brasileiros e a comparou com os órgãos judiciais controlados por seu regime. Maduro destacou que, após as eleições brasileiras de 2022, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) teria tentado “sabotar o processo” ao não reconhecer a vitória de Lula (PT), mas que a Justiça brasileira garantiu a ratificação do resultado.
Maduro também fez uma comparação controversa entre os atos de 8 de janeiro de 2023, no Brasil, e as manifestações realizadas na Venezuela. Enquanto as manifestações venezuelanas têm sido marcadas por reivindicações legítimas de liberdade, o ditador sugeriu que a resposta judicial tanto no Brasil quanto na Venezuela segue padrões democráticos, o que tem gerado críticas e desconfiança quanto às verdadeiras intenções de sua fala. “Constituição, lei, ordem e justiça” foram as palavras usadas por Maduro ao se referir ao que chamou de funcionamento adequado das instituições em ambos os países.
No entanto, enquanto Maduro exaltava o funcionamento de suas instituições, a realidade nas ruas venezuelanas contava outra história. No último sábado, milhares de pessoas protestaram em mais de 300 cidades ao redor do mundo contra os resultados oficiais das eleições de 28 de julho, que indicaram a reeleição de Maduro com 52% dos votos. A coligação de partidos políticos da oposição, representada por María Corina Machado, alega que seu candidato, Edmundo González, foi o verdadeiro vencedor, com 67% dos votos, e que os tribunais venezuelanos, controlados pelo regime, estariam acobertando a fraude.