Lula da Silva (PT) prepara uma reforma ministerial que pode incluir maior espaço para lideranças evangélicas, com vistas a reforçar sua base política antes das eleições de 2026. Essa movimentação ocorre em meio a pressões para ampliar a participação de partidos do “centrão” na Esplanada dos Ministérios. A inclusão de um representante da Frente Parlamentar Evangélica é uma das estratégias consideradas para reduzir a influência bolsonarista nesse segmento, atualmente majoritariamente opositor ao governo.
A reforma, que deverá ser definida após as eleições das Mesas Diretoras do Congresso em fevereiro de 2025, também busca acomodar as demandas de partidos como PSD, MDB, PP e União Brasil, que ampliaram seu controle nas últimas eleições municipais. “Se o governo optar pelo pragmatismo, deve ampliar os espaços desses partidos, fundamentais para construir alianças rumo a 2026”, avalia Carlos Eduardo Borenstein, analista político da Arko Advice. Contudo, membros do PT demonstram resistência a ceder ministérios estratégicos ocupados pela legenda, gerando tensões internas.
Outro ponto de atenção é o rearranjo de nomes dentro do próprio governo, com ministros como Alexandre Padilha (PT) e Márcio Macêdo (PT) entre os cotados para mudanças de pastas. Especialistas apontam que o peso político das emendas parlamentares tem reduzido a importância dos ministérios, mas a reforma segue como uma ferramenta essencial para Lula reequilibrar sua coalizão e tentar garantir apoio para um novo mandato. “O fator determinante será a popularidade do presidente às vésperas de 2026. Sem isso, os partidos podem facilmente trocar de lado”, ressalta Cláudio Couto, da FGV.
Com informações do Infomoney.