O governo Lula (PT) será representado, mais uma vez, pelo ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, na 33ª edição da Marcha para Jesus, que ocorre nesta quinta-feira (19) em São Paulo. A decisão do petista de não comparecer pessoalmente ao maior evento evangélico do país reflete uma tentativa estratégica de reaproximação com o eleitorado cristão, segmento onde sua rejeição tem crescido. Messias, evangélico e ligado à Igreja Batista, é hoje o principal interlocutor do Planalto com lideranças religiosas.
A movimentação ocorre em meio à queda de popularidade do Governo Federal junto aos evangélicos, como mostra o último levantamento do Datafolha, onde apenas 19% desse grupo avaliam positivamente a gestão Lula, enquanto metade considera o governo ruim ou péssimo. A Marcha, tradicionalmente dominada por nomes da centro-direita, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), se consolidou como palco de afirmação política para opositores do governo petista, reforçando o contraste entre os perfis ideológicos.
Com expectativa de reunir mais de dois milhões de pessoas, o evento conta com sete trios elétricos e ações sociais como a arrecadação de agasalhos. O apóstolo Estevam Hernandes, organizador da Marcha, destacou o simbolismo da 33ª edição, “a mesma idade de Cristo”, e enfatizou o caráter pacífico da celebração. Ao ser questionado sobre a ausência de Lula, Hernandes respondeu à Folha de S.Paulo: “Todo mundo deveria [comparecer]”, evidenciando o distanciamento entre o líder esquerdista e o público presente.










