O Palácio do Planalto acelerou a liberação de emendas parlamentares nos últimos dias, priorizando partidos do Centrão e o próprio PT, numa tentativa de conter a insatisfação no Congresso e evitar derrotas legislativas. Entre 12 e 18 de junho, o PSD e o União Brasil lideraram o recebimento de recursos, com R$ 95,2 milhões e R$ 83,3 milhões, respectivamente. Os petistas vêm logo atrás, com R$ 80,1 milhões empenhados no período. A medida tem como pano de fundo a articulação para salvar o decreto do ministro Fernando Haddad (PT) que aumenta o IOF, alvo de forte resistência na Câmara.
A movimentação de verbas públicas irritou partidos da base ideológica do governo, como PSB, Rede e PSOL, que relatam estarem sendo deixados de lado. O Planalto aposta que essas legendas já votariam com o governo, enquanto mira o apoio dos que ainda oferecem risco de derrota. A ofensiva visa brecar a tramitação do Projeto de Decreto Legislativo 314, que revoga a alta do IOF, já aprovado em regime de urgência pela Câmara.
Até o momento, apenas 1,5% das emendas previstas para 2025 foram empenhadas, com um pagamento real de irrisórios 0,01%. Apesar da liberação recente, o ritmo é considerado lento por parlamentares, que pressionam para garantir verbas antes do calendário eleitoral de 2026. O Estado da Bahia lidera o ranking de repasses, com R$ 144,4 milhões, seguido por Amazonas e Pará. São Paulo, governado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece apenas na quinta posição, com R$ 44 milhões – sinal de que o alinhamento técnico e fiscal do Estado não tem sido prioridade para o Governo Federal.