O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou uma nova campanha com o objetivo de impulsionar os gastos em infraestrutura e atrair investimentos estrangeiros para o país. Parte dessa estratégia inclui um apelo anti-guerra ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Lula pretende destacar que os Estados Unidos têm se concentrado em questões bélicas ao invés de investir no Brasil.
“Vamos dizer a Biden… os Estados Unidos têm pensado apenas em guerra por muitos anos e não em investir no Brasil”, disse Lula na sexta-feira, em um evento no Rio de Janeiro para reunir apoio para o programa de gastos. “Gaste um pouco de dinheiro investindo em nosso país, porque isso é o que trará paz para nossa nação.”
Ao falar para ministros do governo, governadores e executivos de negócios, Lula disse que os líderes do Brasil precisarão viajar pelo mundo “para vender esses projetos”. Ele pretende buscar financiamento no exterior e investimento estrangeiro – mirando os Estados Unidos, China, Emirados Árabes Unidos e países da Europa – para ajudar a financiar seu chamado Programa de Aceleração do Crescimento, conhecido como PAC.
O PAC contempla investimentos planejados no valor de 1,7 trilhão de reais (350 bilhões de dólares), abrangendo uma ampla gama de setores, como energia renovável, habitação e controle de enchentes. Cerca de 36% do financiamento virá do setor privado, enquanto mais de 75 bilhões de dólares serão provenientes do orçamento federal. Lula buscará cerca de 74 bilhões de dólares em empréstimos e espera que empresas estatais também contribuam com 70 bilhões de dólares para preencher a lacuna de financiamento e impulsionar o crescimento econômico do país.
Lula tem mantido neutralidade no conflito Rússia-Ucrânia, chamando repetidamente por negociações de paz para encerrar os combates. “O mundo está começando a se cansar” da crise na Ucrânia, disse ele no mês passado, após uma reunião de líderes da União Europeia e América Latina em Bruxelas. Biden liderou uma campanha internacional para enviar bilhões de dólares em armas para Kiev e impor sanções para punir a Rússia pelo conflito na Ucrânia. Autoridades russas alegam que a ajuda militar ocidental está apenas prolongando os derramamentos de sangue e aumentando o risco de desencadear um conflito mais amplo.