O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) põe o STF à prova ao solicitar autorização para comparecer à posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, marcada para 20 de janeiro de 2025. O ex-presidente que teve o passaporte retido pelo ministro Alexandre de Moraes em meio às investigações sobre uma suposta tentativa de golpe, declarou que pedirá formalmente ao STF a liberação para viajar ao evento. Bolsonaro argumenta que o convite de Trump, “o homem mais poderoso do mundo”, deverá ser dirigido exclusivamente a ele, devido à relação de longa data entre ambos, e vê a cerimônia como uma oportunidade única de reafirmar alianças políticas.
A autorização para a viagem, no entanto, coloca Moraes em uma posição delicada, sendo ele o principal opositor jurídico de Bolsonaro, que já teve três pedidos de viagem internacional negados pelo ministro, incluindo um recente para Mar-a-Lago, residência de Trump. Bolsonaro destacou que, se autorizado, será o único brasileiro na posse de Trump, enquanto seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), já esteve com o líder republicano na apuração eleitoral norte-americana, sinalizando a proximidade da família Bolsonaro com o novo presidente eleito dos EUA.
Em suas declarações, Bolsonaro também aproveitou para criticar o processo judicial que o impede de deixar o país, chamando de “absurdas” as acusações de tentativa de golpe. “Há dois anos querendo me incriminar como golpista, vai a merda, porra”, disse o ex-presidente, reafirmando seu tom de confronto com o STF e fortalecendo sua posição entre apoiadores, que veem o pedido de autorização como um novo teste de limites entre Bolsonaro e a mais alta corte do país.