Resultados preliminares de uma abrangente investigação internacional, parte da iniciativa “NarcoFiles: A Nova Ordem Criminal”, liderada pelo Projeto de Relatórios sobre Crime Organizado e Corrupção (OCCRP), revelam as extensas operações do chamado “Cartel dos Sóis”. Esta organização intercontinental de tráfico de cocaína, liderada por altos membros do exército venezuelano e do governo socialista, é capaz de transportar impressionantes 350 toneladas métricas de cocaína anualmente, avaliadas entre US$ 6,2 bilhões e US$ 8,7 bilhões.
A investigação colaborativa, envolvendo mais de 40 veículos de imprensa em 23 países, teve início após um vazamento significativo de e-mails e documentos do escritório do Procurador Geral colombiano em 2022.
Ao contrário de cartéis de drogas tradicionais que seguem uma estrutura hierárquica, o Cartel dos Sóis opera por meio de uma rede difusa dentro das forças armadas venezuelanas. Acredita-se que a organização tenha estabelecido alianças com outras entidades notórias de tráfico de drogas, incluindo o Cartel de Sinaloa no México, e os grupos terroristas FARC e o ELN.
Figuras proeminentes dentro do governo venezuelano, como Nicolás Maduro, Diosdado Cabello, o ministro da Defesa Vladimir Padrino López o ex-ministro Tareck El Aissami e Hugo “El Pollo” Carvajal são supostamente alguns dos membros de alto escalão associados ao Cartel.
Os Estados Unidos indiciaram Maduro, Cabello e outros em 2020 por acusações de narco-terrorismo, acusando-os de usar a cocaína como arma para “inundar” os Estados Unidos. Desde então, o governo dos EUA ofereceu recompensas separadas por informações que poderiam levar à prisão ou condenação deles.
O relatório recente sugere que o governo Maduro tem se apoiado cada vez mais no tráfico de drogas devido a décadas de má gestão socialista, agravando o declínio da indústria petrolífera do país.
A participação do Cartel no tráfico de drogas teria escalado nos últimos três anos, com o envolvimento ativo das forças armadas venezuelanas nas operações internacionais de tráfico de drogas. A organização é acusada de controlar o transporte e a distribuição de cocaína, não apenas para os Estados Unidos, mas também para a Europa.