A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,23% em agosto deste ano, taxa superior ao 0,12% do mês anterior, o que representa um aumento de 91.67% de um mês para o outro. O índice também é superior ao registrado em agosto do ano passado, quando havia sido observada uma deflação, ou queda de preços de 0,36%.
Segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula taxa de 3,23% no ano. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 4,61%, ainda dentro da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, que é de 1,75% a 4,75%.
O principal impacto na inflação de agosto veio do grupo habitação, que teve alta de 1,11% no mês, puxada principalmente pelo aumento do custo da energia elétrica de 4,59%.
Segundo o pesquisador do IBGE André Almeida, ouvido pela Agência Brasil, o aumento da tarifa de energia elétrica foi provocado, principalmente, pelo fim da incorporação do bônus de Itaipu, que havia tido saldo positivo em 2022. “O saldo positivo de Itaipu foi incorporado nas contas de luz de todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional em julho e não está mais presente em agosto”, afirma.
Também foram aplicados reajustes nas tarifas em Vitória (3,20%, a partir de 7 de agosto), Belém (9,40% a partir de 15 de agosto) e São Luís (10,43% a partir de 28 de agosto).
Além do grupo habitação, também tiveram impactos relevantes na taxa de inflação de agosto os grupos saúde e cuidados pessoais (0,58%) e transportes (0,34%). Na saúde, as altas vieram dos produtos para pele (4,50%) e dos perfumes (1,57%). Já nos transportes, a alta foi puxada pelos preços do automóvel novo (1,71%), da gasolina (1,24%) e do óleo diesel subiu 8,54%.
AUMENTO CONSIDERÁVEL PARA O CONSUMIDOR
Embora a taxa de inflação ainda esteja dentro da meta estabelecida pelo CMN, o aumento dos preços, especialmente em setores essenciais como energia elétrica e combustíveis, pode afetar negativamente o poder de compra dos brasileiros.
Especialistas consideram que essa situação ressalta a importância de políticas que promovam a concorrência e a eficiência na economia, argumentando que a abertura para competição em setores como energia e combustíveis poderia ajudar a conter aumentos de preços e evitar pressões inflacionárias. No entanto, a implementação dessas políticas pode ser complexa, especialmente em setores historicamente regulados.