O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reagiu nesta semana ao evento liderado por Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, chamando-o de “fracasso” e tentando desqualificar a mobilização. Ao mesmo tempo, Haddad buscou apoio no Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão do Congresso que derrubou o aumento do IOF, medida que compromete o plano fiscal do governo Lula. A proposta de elevação do imposto foi barrada pelo Legislativo, o que, segundo o Ministério da Fazenda, causará um rombo de R$ 10 bilhões em 2025 e mais de R$ 20 bilhões no ano seguinte.
Haddad evitou confirmar, no primeiro momento, se o governo recorrerá ao STF, mas argumentou que o aumento apenas corrigiria distorções e combateria a sonegação. “Pode gritar, pode falar, vai chegar o momento de debater, nós não podemos nos intimidar na busca por justiça”, afirmou o ministro durante cerimônia no Palácio do Planalto. A fala reforça o tom de confronto com o Congresso Nacional, que impôs derrota à agenda econômica da gestão petista ao rejeitar o aumento de impostos.
Na segunda-feira (30), o advogado-geral da União, Jorge Messias, confirmou que o governo entraria com ação no STF para reverter a decisão do Legislativo. A judicialização da pauta tributária ocorre em meio à tentativa do Planalto de conter os impactos políticos do ato liderado por Bolsonaro, que reuniu uma multidão na Avenida Paulista em São Paulo. Na manifestação, apoiadores pediram anistia aos presos do 8 de janeiro, enquanto Haddad, em discurso, insistiu que Lula “nunca pediu anistia” ao falar de seu período preso pela Lava Jato.