Em meio à intensificação da disputa comercial entre China e Estados Unidos, o Governo Lula (PT) tenta ampliar as exportações de carne brasileira ao mercado chinês. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), declarou nesta quinta-feira (17) que o Brasil busca se apresentar como alternativa à carne norte-americana, cuja presença no mercado chinês foi drasticamente reduzida após o descredenciamento de 390 plantas frigoríficas dos EUA. “Sem sombra de dúvidas, o Brasil tem muita vontade e capacidade de ser um grande fornecedor”, afirmou Fávaro.
Mesmo com o otimismo demonstrado pelo governo, a ampliação imediata das vendas de carne para a China enfrenta obstáculos. Um parecer recente da Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) rejeitou a habilitação de 28 frigoríficos brasileiros, citando falhas técnicas e sanitárias, como ausência de vestiários e problemas no controle de idade dos animais. Apesar disso, o ministro informou que haverá uma reunião com representantes chineses na próxima terça-feira (22) para tratar da possível reavaliação dos critérios e discutir novas estratégias de exportação.
O governo também menciona negociações com Japão e Vietnã para diversificar os destinos da carne brasileira, mas os resultados práticos ainda são incertos. Em paralelo, a ofensiva do Planalto coincide com o vácuo deixado pelas restrições comerciais americanas, situação que já favoreceu outros produtos do agronegócio brasileiro no passado, como a soja.