Os resultados eleitorais na Argentina trouxeram uma reação de observação cautelosa em Washington, especialmente na Casa Branca e no Departamento de Estado dos Estados Unidos, que estavam atentos a uma possível vitória de Sergio Massa. Antes das eleições, os corredores do departamento liderado por Antony Blinken, chanceler de Biden, estavam cheios de ansiedade.
“Estamos aliviados, não esperávamos que o resultado fosse tão positivo”, afirmou uma fonte ao portal La Política Online. “Vemos com bons olhos o crescimento limitado de Javier Milei, o mini-Trump”, acrescentou.
O apoio ativo dos Estados Unidos à candidatura de Sergio Massa, com consultores políticos e financiamento para a campanha, destaca o interesse em manter um aliado considerado como seu “representante infiltrado” na política argentina. Este papel remonta a reuniões secretas documentadas na embaixada revelados pelo Wikileaks em 2011, quando Massa era chefe de gabinete de Cristina Kirchner.
Embora compreendam que Massa deva atender às demandas kirchneristas com medidas socialistas, em Washington, muitas dessas políticas são apoiadas, especialmente dada a tendência esquerdista do Partido Democrata na última década.
No entanto, o medo se concentra em Javier Milei, a quem veem como um “discípulo de Donald Trump”. Na embaixada dos EUA, reiteram que não querem repetir uma situação “como a de Bolsonaro”, onde um líder de direita se tornou um ator regional influente que navegou entre Washington, Moscou e Pequim.