O governo dos Estados Unidos indicou que pode ampliar sanções a outros integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), após punir Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky por violações de direitos humanos. O subsecretário da Diplomacia Pública, Darren Beattie, recomendou que os demais ministros “não auxiliem” os atos de Moraes, acusado de comandar uma rede de censura e perseguição contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PT) e seus apoiadores.
Durante evento em Brasília, o ministro Gilmar Mendes ironizou a situação ao comentar a revogação de vistos por parte do governo americano, que teria atingido também outros membros do STF. “Poderia estar contando (isso) em Roma, Paris e Lisboa, mas, agora, não em Washington”, disse, arrancando risos da plateia. A fala ocorreu durante o lançamento de seu livro, no mesmo dia em que novas críticas públicas dos EUA vieram à tona. Gilmar classificou a atuação do STF como “vitória da jurisdição constitucional”, em resposta às acusações de censura e violações.
A punição aplicada a Moraes impede o ministro de realizar transações com instituições ligadas aos EUA e bloqueia ativos sob jurisdição americana, incluindo contas bancárias e cartões de crédito. A sanção também pode impactar empresas brasileiras com relações comerciais nos EUA, já que a lei obriga companhias americanas a cortar vínculos com os alvos. Nos bastidores do STF, cresce a apreensão sobre o avanço das medidas contra outros ministros.