O ano de 2024 encerrou com o maior número de casos de estupro no Brasil em mais de uma década, segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Foram registradas 87.545 vítimas de estupro e estupro de vulnerável, o maior índice desde o início da série histórica, em 2011. A cada seis minutos, uma pessoa foi estuprada no país. Em relação aos feminicídios, o crescimento foi de 0,69% em comparação com 2023, resultando em quatro mulheres mortas por dia, segundo relatório recente do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Ao assumir o governo em 2023, Lula prometeu enfrentar com prioridade a violência contra a mulher, área frequentemente usada por seus aliados para acusar, sem provas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de omissão ou conivência. Um ano e meio depois, os dados mostram que os crimes não só persistem, como se agravaram. A região Sudeste apresentou os maiores números absolutos, com destaque para São Paulo, onde foram registrados 13.790 estupros. Já o Norte concentrou o maior aumento proporcional, com taxa de crescimento de 62,44% desde 2020.
O levantamento também revela que 76,8% dos casos de estupro foram contra menores de 14 anos, o que reforça a gravidade da situação. Além disso, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública alerta para a subnotificação histórica desses crimes e a falta de padronização nos boletins de ocorrência. Mesmo com o aumento nos números e os alertas de especialistas, o Governo Federal ainda não apresentou medidas concretas e eficazes para reverter a escalada de violência.